O que as empresas precisam saber sobre embalagens acessíveis

A agência Wunderman Thompson lançou um relatório chamado “The Future 100: Tendências e Mudanças para observar em 2022” apontando o que podemos esperar para os próximos anos. 

Para minha surpresa, (e eu acho que para sua também!), a agência destaca que o uso de embalagens inclusivas será uma realidade cada vez mais exigida pelo público. 

Por mais que algumas empresas estejam preocupadas em promover a diversidade em sua comunicação, não podemos dizer o mesmo quando o assunto é acessibilidade. Não estou falando só de adaptações arquitetônicas, como rampas e elevadores, mas sim de mudanças de comportamento das marcas em relação às pessoas com deficiência. 

Existem diversas maneiras de tornar os produtos e suas embalagens mais acessíveis para o público. Ao aplicar um dos princípios do Design Universal, a Kellogs, por exemplo, disponibilizou uma linha dos seus cereais com braille nas caixas.

A Microsoft também inovou nesse quesito, ao convidar gamers com deficiência para ajudar a montar uma embalagem acessível para o XBox adaptado. Não faz sentido criar um produto para esse público, para entregá-lo em uma caixa difícil de abrir, não é?

O mesmo vale para outros segmentos, como produtos de beleza, higiene pessoal ou de alimentos. Oferecer produtos fáceis de manusear vai favorecer tanto as pessoas com deficiência, quanto aqueles com mobilidade reduzida. 

Ronald Mace. Descrição: Foto em preto e branco de um homem branco com barba, óculos e cabelo liso curto sentado em uma cadeira de rodas. Ele está sorrindo em direção à câmera. Ele usa um terno com gravata de bolinhas. No fundo dá para ver algumas árvores embaçadas.
Ronald Mace. Descrição: Foto em preto e branco de um homem branco com barba, óculos e cabelo liso curto sentado em uma cadeira de rodas. Ele está sorrindo em direção à câmera. Ele usa um terno com gravata de bolinhas. No fundo dá para ver algumas árvores embaçadas.

Em meados de 1985, o arquiteto Ronald Mace desenvolve o conceito de Design Universal. Ele defende que ambientes acessíveis são aqueles aptos a receber pessoas independentemente de suas idades, estaturas, habilidades, condições sensoriais ou físicas. Mais tarde, esse conceito foi aplicado em produtos, equipamentos e serviços. Em 1997, o Centro de Design da Universidade da Carolina do Norte definiu 7 princípios do Design Universal:

  1. Uso equitativo;
  2. uso flexível;
  3. uso simples e intuitivo;
  4. informação perceptível;
  5. tolerância a erros;
  6. baixo esforço físico;
  7. tamanho e espaço para aproximação e uso.

Não basta só chamar pessoas com deficiência para fazer publi. Tem que mudar a cultura da marca para que realmente seja inclusiva para todes. Imagina que incrível se marcar como a Avon, Natura ou Nivea tivessem o nome dos produtos em braille. Não seria demais?


Fontes:

The Future 100: Trends and Change to Watch in 2022. https://www.wundermanthompson.com/insight/the-future-100-2022. Acesso em 04 de abril de 2022.

What Every Brand Needs to Know About Adaptive Packaging. https://www.shutterstock.com/blog/adaptive-packaging-for-brands. Acesso em 04 de abril de 2022.

GOMES, Danila; QUARESMA, Manuela. Introdução ao design inclusivo. 1. ed.- Curitiba: Appris, 2018.

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