“Mas o mapa da feiura também era marcado por doenças, sem contar os casos de quem tivesse o azar de nascer com alguma deformidade. A dita desgraça tinha preferência em ser associada aos pés largos e grandes, à cabeleira mal penteada ou rala, aos olhos sem brilho ou demasiadamente pequenos.”
História da Beleza no Brasil. Denise B. de Sant’Anna
O trecho acima é do livro “História da Beleza no Brasil”, da autora Denise B. de Sant’Anna. Nesse capítulo, intitulado “Feios de Doer”, ela aborda como eram retratadas as mulheres consideradas feias na virada para o século XX. Porém, infelizmente ainda encontramos rastros desse tipo de pensamento, seja em conversas cotidianas, ou nos discursos políticos na TV.
Infelizmente, falar de beleza ainda é considerado um tema fútil por estar associado ao mercado da moda, de produtos estéticos e comércio. Entretanto, não dá para ignorar que a deficiência produza modos de invisibilizar os sujeitos e, por isso motivo, tem relação direta com a autoestima de mulheres com deficiência.
Chamamos atenção de olhares curiosos, paternalistas e religiosos. Esse azar de “nascer com alguma deformidade” se repete nas expressões que costumamos ouvir: “se acontecesse comigo não sei o que faria”.
Quando ouço esse tipo de coisa, tenho vontade de dizer: “e você realmente acha que nasci sabendo?” Claro que não.
Sentir-se bem consigo, não é só se achar bonita. Você constrói sua própria forma de ser, mas não dá para encontrar paz se todas as imagens e ideias de corpo ideal te fazem viver em guerra com o espelho. Por isso, precisamos trazer a deficiência ao debate sobre corpo feminino, para entender como o capacitismo está impregnado nos padrões de beleza.
Sem dúvida os padrões de beleza contribuem muito para o Capacitismo e Machismo, ótimo texto!
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