
Deficientes realizam hoje o dia de luta
Com um ato público marcado para às 11h30, na praça da Sé, seguido de uma visita ao Centro Cultural São Paulo, sete entidades que reúnem pessoas deficientes realizam hoje o Dia Nacional de Luta, que ocorrerá em diversas cidades, conforme foi definido durante o encontro de delegados estaduais realizado de 16 a 18 de julho em Vitória, Espírito Santo.
O objetivo principal da manifestação é dar continuidade ao Ano Internacional das Pessoas Deficientes – reservado pela ONU em 1981 –, ou, com prefere Galeno Silva, um dos coordenadores do Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes (MDPD), “mostrar que o Ano terminou mas os problemas continuaram”. Para ele, a iniciativa da ONU permitiu, no Brasil, a divulgação, junto aos deficientes, de seus direitos e a conscientização do potencial de luta que possuem. Ainda como saldo daquele Ano, Galeno aponta “a aumento do espaço que a imprensa tem dedicado” aos problemas dessa camada da sociedade. Segundo dados colhidos pelo MDPD junto à Onu, trata-se de uma camada significativa da população, calculada por esse organismo em dez por cento da população, ou seja, cerca de 2,5 milhões de pessoas no Estado.
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Hoje é dia para relembrar a importância da mobilização pelos direitos das pessoas com deficiência, momento para refletir sobre o passado, mas principalmente atentar para as dificuldades que ameaçam o nosso bem-estar futuro.
É também tempo de celebrar nossas conquistas, desde a mudança de nomenclaturas que nos humanizam e reforçam nossa condição de sujeitos (usar pessoa com deficiência, ao invés de deficientes, por exemplo), até a possibilidade de construirmos coletivos com atuação nacional e de acolhimento às diversidades no ser e viver com deficiência.
Hoje reconhecemos nossas identidades, nos identificamos em nós e nos outros. Temos orgulho de nossos corpos, nossas histórias, nossas dores e singularidades.
As barreiras não cessam, perdemos alguns direitos nos últimos anos e, ainda permanecemos invisibilizados nos demais movimentos sociais. Nossa luta, porém, não se cala. Queremos nossos espaços reconhecidos, nossas vozes recebendo a devida atenção, pois nossa vida é preciosa demais para ser ignorada.
Que hoje seja o momento para você, sem deficiência, se perguntar: o que tenho feito para tornar o mundo mais acessível? O que tenho feito para adotar uma postura menos capacitista?
Enquanto isso, meus sinceros agradecimentos a cada ativista com deficiência que segue firme na militância. Desejo a todes um ótimo dia, afinal toda luta se constrói nos encontros e se mantém com uma boa dose de paixão, amor e amizade.
P.S.: Não se usa mais o termo deficientes, mas PESSOA com deficiência.