Escrevi esse texto originalmente em meu perfil pessoal no facebook e, após comentários e compartilhamentos, julguei interessante colocar aqui para vocês. Inseri mais algumas coisas. Espero que gostem.
Me chamo Fatine Oliveira, tenho 31 anos, sou publicitária. Trabalho todos os dias como freelancer de direção de arte e tenho alguns projetos pessoais envolvendo redação. Geralmente sou bem humorada, sarcástica, uma boa amiga e me acho muito bonita.
Porém observei que nem todos os dias sou essa pessoa, pelo menos para a grande maioria sou: A CADEIRANTE. Esse termo trouxe para minha história um peso o qual tive (e ainda tenho) que lidar. Na maioria das vezes sou:
– a cadeirante que é um exemplo porque se esforçou pra formar e hoje trabalha em casa.
– a cadeirante que ganhou um prêmio na faculdade por melhor projeto.
– a cadeirante que eu tenho como conhecida e por isso não posso ser taxado de capacitista ou preconceituoso.
– a cadeirante que já fui interessado quando vi a foto de rosto, mas quando descobri a deficiência fiquei sem graça demais de dispensar e virei amigo.
– a cadeirante que dispensei quando descobri a deficiência.
– a cadeirante revoltada que fica postando coisas sobre a deficiência nas redes sociais.
– a cadeirante depressiva que fala demais de tristeza nas redes sociais.
– a cadeirante feliz que posta piadinhas todos os dias.
– a cadeirante que não é mulher, portanto não vou lembrar dela no feminismo.
– a cadeirante que não é adulta, por isso não devo dar ouvidos ao que diz. Afinal precisa de ajuda para vestir uma roupa, vai ser capaz de pensar sozinha?
A lista poderia ser bem maior, porém me darei o luxo de não completá-la, pois não sou a única cadeirante a passar por essas coisas. Hoje é a Fatine, amanhã podem ser Renatas, Luizas, Ricardos…
E você? Quem é? Aliás, quem você enxerga?