O que tem a oferecer

Inicialmente gostaria de agradecer a todas que compartilharam meu texto “Feminismo sobre rodas” nas redes sociais. Foram tantas mensagens carinhosas que turbinaram meus ânimos e ativaram a vontade de continuar a caminhada. Bom saber que não estou sozinha nesta bad trip.

Mas como todos os dias é um 7×1 diferente, trouxe mais um ponto a ser discutido aqui e fruto deste “machismo nosso de cada dia”, contudo antes de apresentar o tema vou contar como e porquê isso me inspirou a escrever.

Estava feliz no meu facebook comentando com meus amigos sobre os relatos, os números de views do meu texto e o nascimento de uma possível tese a respeito do “privilégio da semelhança” quando em minha timeline surgiu uma discussão em um grupo voltado para pessoas com deficiência que estão disponíveis para amar. O tema da postagem era “dificuldades para relacionar: quem teria mais dificuldades? O homem ou a mulher?”. Chamou-me atenção a quantidade de respostas e fui verificar o que as pessoas tem pensado sobre isso. Participar destes grupos me ajuda com a troca de experiências compreender as diversas formas de lidar com a deficiência, bem como buscar temas para meus vídeos.

Houveram diversas respostas. Alguns acreditavam ser mais fácil para mulheres, outros para homens e alguns (me incluo nesta lista) acham que está difícil para todo mundo. Entretando, entre uma e outra havia uma pessoa sem foto e sem identidade definida que munido de maldade resolveu expor sua opinião: era impossível um homem andante relacionar-se com uma mulher cadeirante senão estivesse com pena ou carente. 

Poderia ter deixado para lá, mas depois de receber tantas histórias dolorosas de mulheres que sofreram/sofrem com os estereótipos sociais, achei que não era certo deixar aquilo de lado e foi então que respondi para tentar aliviar o estrago causado pelo troll:

Captura de Tela 2015-11-13 às 12.09.11 AM

A conversa foi extensa, muito foi dito para me atacar, para minha surpresa ninguém reagia contra ele além de mim. Por esse motivo achei mais adequado apenas denunciar o perfil e bloqueá-lo. Lidar com esse tipo de pessoa não é novidade para mim, aliás me fortaleci ao longo dos anos após esses embates.

Então porque resolvi falar desse incidente? 

Porque no meio desse lixo habita uma verdade. Uma incômoda e dura realidade que todos insistem em esconder: a maioria dos homens e mulheres pensam como esse cara. Principalmente os homens.

Importante deixar uma coisa clara aqui: se você não é esse tipo de pessoa, pode pular alguns parágrafos e corrigir seus amigos que o são. Caso contrário, prepare o estômago porque não vou pegar leve. 

Esse tipo de pensamento exposto pelo tal Alex é o mesmo que ouvimos na mesa ao lado no boteco quando o cara comenta aos risos sobre a secretária gostosa que “ele comeu” e como a menina do RH é feia porque não tem bunda. É o mesmo machismo. Namorar alguém para esse tipo de pessoa consiste apenas em exibir um troféu para os amigos e garantir uma transa no final de semana. O problema é que a proporção “caras legais x caras escrotos” não costuma ser muito equilibrada, pendendo mais para escrotidão abissal do que para o deboísmo celestial.

Óbvio que podemos escolher quem queremos nos relacionar. Aliás, espera-se que façamos estas escolhas corretamente afim de evitar futuros sofrimentos. Contudo devemos avaliar quais são os incentivos que usamos na hora da decisão. Afinal, se nestas palavras habita uma verdade, esta é a seguinte: as pessoas oferecem aquilo que elas são. E somente por meio do amor próprio é possível não se atingir por Alexes, Ricardos e seja lá qual for o nome da criatura que cruzar pelo seu caminho.

P.S.: Se isso ocorrer com você um dia denuncie o perfil da pessoa na delegacia, pois isso é crime. Tire prints, imprima e leve como prova. Não esqueça de denunciar na internet também.

P.S.1: O infeliz aí pelo jeito é fake. Tem outro perfil de um cara com o mesmo nome, então não dá pra saber quem é quem. No dia denunciei ele antes de bloquear.

P.S.2: NUNCA discuta com um troll. Você não ganha nada com a discussão. Vai por mim, rsrs

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